terça-feira, 15 de novembro de 2011

# Bulling na churrascaria: até quando?

Durante a semana passada estive na cidade de Montes Claros porque minha irmã estava internada para uns exames. Aproveitei para levar os exames ao plano de saúde e adivinha? Tudo certinho para a cirurgia. No dia 28 retorno para o teste com o anestesista e receber as últimas orientações.
Acontece que no retorno para Janaúba paramos para almoçar em uma churrascaria no bairro São José que freqüentamos a mais ou menos cinco anos sempre que vamos a Moc. Estávamos eu, meu pai, minha irmã e minha tia, todos muito felizes por enfim voltar pra casa.  Uma das coisas que mais gosto de comer na vida é carne. Rs. Amo churrasco! Meu médico não pediu que eu perdesse peso para a cirurgia, apenas que mantivesse. Decidi, portanto comer o que eu quisesse, não em excesso, mas sempre que comia um doce ou aquela gordurinha pensava comigo mesma “poxa já estou tão gorda e fico comendo besteira” e me deprimia a cada mordida em um brigadeiro ou salgadinho. Nunca fui compulsiva, numa comi bacias de comida como já vi gordinhos comendo e quem acompanha meu dia a dia sabe não me alimento de forma descontrolada, somente nunca me privei de comer algo que queria como qualquer pessoa normal. Decidi comer as mesmas coisas e sem me punir ou culpar, mas sentindo o gosto da fatia de picanha, ou do copo de coca-cola que eu não vou poder nem comer ou tomar durante muito tempo após a minha cirurgia de redução de estômago.
Pois bem. Servi salada e um pouco de arroz porque meu objetivo era o churrasco e tinha que sobrar um espacinho pra carne. Me dirigi ao balcão onde o churrasqueiro fica e perguntei: “O que você tem hoje?” ele respondeu “tem isso daí” Isso daí era umas fatias já meio frias que ele havia cortado para o cliente anterior. “Mas ali na churrasqueira, que outra carne você tem?” Nesse momento ele já trocava olhares com o rapaz do lado, que pesava o prato e ria disfarçadamente. “tem só lombinho” Disse entre dentes. Pedi que me servisse e ele cortou com má vontade. Eu vi que tinha mais opções atrás dele na churrasqueira e tornei perguntar. Ele respondeu grosso enquanto o outro do lado ria “É só isso mesmo!” Me assustei e percebi a cena toda. O rapaz que ria me disse: “Não quer encher o prato de farofa e pimenta também não? Tem ai ó põe pra você comer.” Disse não e agradeci. Pesei meu prato e fui pra mesa tremendo. Não conseguia comer, segurando as lágrimas. Minha tia percebeu e disse que havia visto tudo, minha irmã dizendo que pra ela foi servido outras coisas que realmente havia lá. Eu me levantei e fui até a gerente. Expliquei pra ela o ocorrido e ela compreendeu a situação, que o churrasqueiro era cheio de gracinha, que eu não era a primeira cliente. Retornei a minha mesa e logo em seguida a dona do restaurante chegou e foi nos cumprimentar, pois éramos clientes antigos e eu relatei o ocorrido. Ela disse que providências seriam tomadas e que não era a primeira vez.  
A cada dia que se aproxima da cirurgia parece que Deus vem me testando, testando o meu emocional, a minha determinação. Primeiro o elevador depois a churrascaria...além dos olhares e risinhos que me acompanharam durante toda a vida. Certa vez li uma reportagem onde mais da metade das pessoas se incomodavam em ver um gordinho se alimentando. Pensavam “Nossa já é tão gordo e comendo mais ainda”. Querem o que? Que passemos um zíper na boca e que nenhum alimento seja ingerido para poupá-los dessa visão? Porque gordo não pode se dar o prazer de comer um doce se isso não for nenhuma extravagância?

Onde já se viu uma mulher gorda cheia de autoestima? Onde já se viu uma mulher gorda que pensa que pode sair por aí seduzindo quem ela bem entende? Onde já se viu uma mulher gorda que se permite usar roupas ousadas e aparecer na televisão desse jeito? Que absurdo!, dizem alguns! Que vergonha!, dizem outros.’  Sobre a tão criticada Paulinha, participante gordinha do último BBB http://grandesmulheres.com/weblog/?p=3646


Que absurdo! Chega! - Eu digo.
                           

2 comentários:

  1. É revoltante esse tipo de comportamento. Nunca passei por nada tão absurdo, no máximo desprezo por parte de vendedoras de roupas e cara de piedade ou abordagens revoltantes de gente "querendo me ajudar"

    ResponderExcluir
  2. alinefmenezes@yahoo.com.br27 de novembro de 2011 às 19:36

    É um absurdo mesmo! Pura estupidez! Também já passei situações semelhantes e a sensação é a pior possível! Não adianta, enquanto houver pessoas mesquinhas e sem cultura alguma, sempre vai ocorrer comentários maldosos, e a nós resta apenas tentar não se deixar machucar ainda mais. Amiga, bola pra frente!

    ResponderExcluir

Por favor, deixe seu nome para que eu possa respondê-lo :D