quarta-feira, 2 de novembro de 2011

# Tipos de Cirurgia

Bypass Gástrico
Reconhecida internacionalmente como o “Padrão Ouro da Cirurgia Bariatrica” é a técnica mais empregada no mundo . Talvez 70% das cirurgias bariatricas no mundo seja o Bypass Gastrico . Foi desenvolvida nos EUA pelos Dr Mal Fobi e Rafael Capella em 1980. É baseada na. “Exclusão Duodenal “. Como foi explicado o paciente não sente fome e por isso emagrece. Os pacientes que foram operados por essa técnica em 1980 referem que até hoje não sentem fome. A maioria dos pacientes perde o interesse pela comida . A comida não é mais a grande fonte de prazer.

A perda de peso média é de 40 a 45% do peso inicial. Essa perda em média ocorre nos primeiros 7 meses após a cirurgia (alguns poucos pacientes perdem peso ao longo de até 2 anos após a cirurgia}. Consideramos essa perda suficiente para melhorar a condição clinica do paciente obeso mórbido.

A qualidade de vida dos pacientes é boa porque geralmente não existem vômitos ou diarréia. Existem problemas relacionados com a anemia e com osteoporose, mas são facilmente prevenidos por ingesta de vitaminas, Ferro e Cálcio 

A exclusão duodenal tem uma vantagem extra, alem do emagrecimento, que é a melhora da função pancreática promovendo um aumento na produção de insulina que melhora, e geralmente cura, a Diabetes tipo 2.

Nenhum órgão do paciente é removido do corpo. Dessa forma a cirurgia é totalmente reversível. Caso no futuro descubra-se uma cirurgia melhor podemos reoperar e retornar a anatomia original.

O Bypass Gástrico é realizado há 28 anos e continua sendo até hoje a Cirurgia Bariatrica mais popular no mundo, talvez 70% das cirurgias bariatricas do mundo sejam Bypass. Essa técnica passou pela “prova do tempo”.


 Banda Gástrica Ajustável
Essa técnica instala uma cinta inflável ajustável ao redor do estomago. Essa cinta promove um estreitamento no estomago transformando-o numa ampulheta. Em baixo da pele do abdomem fica um botão pelo qual o cirurgião pode injetar liquido estéril e assim inflar mais ou menos a banda aumentando ou diminuindo o calibre de esvaziamento da ampulheta .

Quando encontrado o ponto de constricção gástrica ideal o paciente come um pouco e tem que esperar a comida passar pelo estreitamento antes de comer de novo. Dessa forma as refeições serão de pequeno volume e o paciente terá a sensação de saciedade pelo estufamento da parte superior da ampulheta.

O problema com essa técnica é que o paciente tem fome. A comida que passa pela constricção será absorvida pelo mata borrão (duodeno e jejuno proximal) de forma que a comida não chega ao ileo terminal e logo não ocorre o “Grito do Intestino” que causaria a saciedade cerebral. 

Rapidamente o paciente substitue a carne e as verduras pelos carboidratos porque eles viram pastosos na boca e passam mais facilmente pela constricção gástrica. Em outras palavras o "Mecanismo da restrição“ pode ensinar o paciente a comer doces porque “passa mais fácil “.

Outro problema é que o paciente tem fome e ao mesmo tempo tem uma restrição a entrada de comida. È o instinto da fome contornando o problema da restrição. Pode surgir uma compulsão de comer doces para satisfazer o instinto da fome.

A perda de peso é ao redor de 20% do peso inicial. Trata-se de uma perda de peso modesta para os pacientes obesos mórbidos.

A qualidade de vida não é muito boa porque o paciente apresenta vômitos frequentes. Uma complicação frequente dessa cirurgia é o refluxo de acido do estomago para o esôfago devido ao estreitamento gástrica causando esofagite de refluxo.

O paciente será portador de uma prótese no estomago por toda a vida. Próteses podem ter complicações no futuro.

Essa tecnica cirurgica só deve ser aplicada a poucos casos selecionados. Estima-se que talvez só 10% dos obesos mórbidos devam ser tratados por essa técnica. O problema é localizar em 100 obesos mórbidos quais seriam os 10 ideais. Parece que devemos evitar usa-la em mulheres, doceiras e beliscadoras. Também parece que devemos evita-la em obesos mórbidos com IMC acima de 45 Kg/m2.




 Dissabsortivas
Existem 2 técnicas dissabsortivas : Scopinaro e Duodenal Switch. 

Ambas visam fazer a comida passar por apenas 30% do tubo digestivo . A idéia geral é dificultar a absorção de gorduras e carboidratos sem prejudicar a absorção de proteínas. O paciente pode comer quanto quiser, não existe restrição. Se o paciente não comer gorduras e preferir as proteínas, como a carne, ele emagrecerá e terá uma boa qualidade de vida. Se o paciente comer gorduras ele terá diarréia com odor fétido e com grande piora da qualidade de vida devido aos problemas pessoais e profissionais decorrentes desse odor putredo. 

Outras complicações que podem ocorrer são:
  • desnutrição protéica nos pacientes que não comerem muita proteína
  • cirrose hepática
  • artralgias
A perda de peso é pouco maior que o Bypass, talvez 50% do peso inicial 

A qualidade de vida é muito prejudicada pela eventual diarréia de odor putredo

As complicações (desnutrição e cirrose), embora raras, podem ser graves 

Essa técnica talvez deva ser usada somente em pessoas que gostem muito de carne e que tenham bom poder aquisitivo devido a necessidade de muitos exames e talvez até a internações 

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